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CARTAS DE AMOR/LOVE LETTERS

de Christopher Strachey, David Link e Gabi Bresola

2016
 

Edição de trabalho em uma terceira fase de transcriação. Bloco branco formado por uma longa sequência de folhas quadradas de formulário contínuo, dispostas em sanfona, com as dobras exatamente na marca de picote. Impressão de uma carta de amor por folha (30x30cm), cada exemplar com 726 metros e 90cm de comprimento, pesando dois quilos. O bloco é embalado com papel seda branco com o texto "Podem os humanos escreverem sobre amor?" e ficha de créditos.

 

De agosto de 1953 a maio de 1954, cartas de amor apareceram no quadro de avisos do Departamento de Informática da Universidade de Manchester com a assinatura “MUC”, sigla que significava “Manchester University Computer”, a primeira máquina de calcular eletrônica, programável e universal em todo o mundo; o protótipo totalmente funcional foi concluído em junho de 1948. Um dos primeiros programadores, Christopher Strachey, usou este computador com o gerador aleatório embutido do Ferranti Mark I para, a partir da função de probabilidade de combinação de palavras, gerar textos em forma de cartas de amor. Muitos anos depois, em 2004, o artista e arqueólogo de mídia David Link, que pesquisa o desenvolvimento de uma arqueologia de artefatos algorítmicos e geração de texto, construiu o trabalho LoveLetters_1.0, durante a dOCUMENTA 13. Consistia em uma instalação que reproduzia uma réplica funcional do Ferranti Mark 1, permitindo que os visitantes da exposição interagissem, gerando loveletters. Todas as cartas geradas foram disponibilizadas ao público em arquivo digital no sítio do projeto. Partindo de questões levantadas por Joasia Krysa (que fala deste projeto e das diferentes formas de escrever sobre amor em seus textos), esta publicação é composta pelo volume total impresso das loveletters, das 2.423 formas ou probabilidades de escrever cartas de amor com um mesmo conjunto de palavras. Seguindo a lógica da instalação de David Link, foi escolhida uma impressora de impacto (Matricial Epson Lx-300). A adaptação da impressora para que funcionasse na tecnologia atual precisou de um cabo de adaptação digital que foi realizada em parceria com Gustavo Reginato, na Editora Caseira. O trabalho de impressão (só de uso da máquina) demorou 15 segundos para cada carta, completando o tempo de 10 horas e nove minutos para imprimir quase um quilômetro de papel em cada exemplar. Devido aos materiais caros e escassos, só foram publicados três exemplares do trabalho.

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