NOVOS CONTOS
de Rogério Sganzerla
[co-edição com Grafatório Edições]
2018
Edição fac-similar, artesanal, impressa em tipografia em tinta preta, com capa de papel Capa AG rosa, com ornamentos em clichê e miolo em Pólen. No tamanho 16×11,5cm, cada uma das 5 folhas do livro tem um conto infantil. A encadernação segue a original de folhas soltas com grampo escondido. A edição é recontextualizada gráfica e editorialmente. O livro fac-símile vai acompanhado de uma foto de Rogério em seu aniversário de oito anos e também de uma carta impressa em papel bíblia com a letra manuscrita e um texto de Zenaide Sganzerla, mãe de Rogério, que hoje tem 99 anos, contextualizando a cena de origem do livro e um pouco da figura que era o cineasta quando criança. Esses três itens vão dentro de um envelope com motivo brasileiro, onde o endereço de remetente é o da casa da família de Rogério, em Joaçaba, cidade onde escreveu o livro. No envelope, são inseridos carimbos e selos colocados manualmente. Todos os envelopes têm combinações de carimbo e selos diferentes. Os selos são comemorativos de referências cinematográficas tendo opções de: selo comemorativo de 50 anos do filme O bandido da luz vermelha; selo do filme La Chinoise, do Godard; selo com o rosto de Orson Welles; selo com o rosto de José Mujica e selo comemorativo dos 100 anos de Joaçaba. Os carimbos têm desenhos gráficos e em tinta azul clara, preto e vermelho, e levam frases ditas por personagens dos filmes de Rogério: “Quem tiver de sapato não sobra”, “O terceiro mundo vai explodir”, “O sistema solar é um lixo” e “Tudo é Brasil”.
Originalmente, o livro surgiu de um apanhado de papeizinhos que Rogério escreveu quando tinha oito anos, foi sozinho a uma tipografia de Joaçaba querendo imprimir um livro, entregou ao tipógrafo, e saiu de lá com sua primeira publicação: Novos Contos, de 1954. Tempo mais tarde, com 18 anos, Sganzerla escrevia sobre cinema para o Estadão, e com 22 anos seria aclamado como um dos cineastas mais radicais e inventivos do Brasil ao estrear com seu primeiro longa-metragem, O Bandido da Luz Vermelha (1968). Para ele mesmo, e para muitos de seus amigos e críticos, a obra precoce seria o indício de sua criatividade anárquica, que se manifestava desde a infância.
Após ser publicado, Novos Contos foi lançado em Joaçaba, acompanhado da oficina “Tipografia Sganzerla” produzindo cartazes de filmes fictícios e demonstrando aos participantes o processo e impressão em tipos móveis. O livro foi lançado em diversas cidades brasileiras, destacando São Paulo, onde tivemos a Helena Ignez conversando com o público sobre a figura de Sganzerla em diversos contextos e sua relação com a infância.